Por: Eduarda Sprea Ciscato.
I. Conceito de Economia Circular e ESG.
A economia circular é um modelo de produção e consumo que visa maximizar a eficiência dos recursos, prolongar a vida útil dos produtos e diminuir o impacto ambiental.
Diferentemente da economia linear, a circular caracteriza-se por um ciclo fechado, no qual os produtos, materiais e recursos são mantidos em uso pelo maior tempo possível e, quando não são mais necessários, são recuperados e reintegrados à economia de maneira sustentável. Para isso, a economia circular envolve a partilha, o aluguer, a reutilização, a reparação, a renovação e a reciclagem de materiais e produtos existentes, enquanto possível.
Nesse sentido, além de ser mais sustentável e reduzir os impactos no meio ambiente, a economia circular também traz uma série de outros benefícios de longa escala, direcionados tanto às pessoas e ao meio ambiente, como também às empresas que se envolvem no processo.
ESG é a sigla em inglês para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança). É um conjunto de critérios utilizados para avaliar as práticas das empresas sob esses três aspectos. O ESG pode ser aplicado internamente, na gestão da empresa, ou externamente, para analisá-la.
Dessa forma, a econômica circular e o ESG estão se tornando cada vez mais presentes na rotina das empresas, tendo em vista a relevância para a reputação das organizações e os impactos positivos de suas aplicações para as corporações, sociedade e meio ambiente.
II. Economia Circula e ESG na prática: como a sua integralização pode trazer resultados positivos?
Quando uma empresa compreende a importância da preservação ambiental e colabora para tornar suas práticas mais sustentáveis, é possível notar mudanças profundamente positivas.
No que concerne uma visão financeira empresarial, se as pessoas jurídicas adorarem estes dois conceitos (economia circular e ESG), seria possível alcançar um cenário em que, para obter lucro, não seria necessário destruir o planeta, uma vez que os lucros viriam dos cuidados direcionados aos recursos naturais.
Dentre as vantagens engendradas do uso das políticas de sustentabilidade, destaca-se: i) Promoção de empregos para minorias sociais e incentivo à diversidade no time; ii) Utilização de fontes de energia renovável; iii) Política eficiente de proteção de dados, como a correta aplicação da LGPD; iv) Consumo e exploração consciente dos recursos hídricos; v) Transparência nos processos e decisões; vi) Alcance a incentivos fiscais; Reciclagem e reúso de resíduos; vii) Cumprimento das leis trabalhistas; viii) Utilização de matérias-primas mais duráveis; ix) Economia com a reutilização de recursos nos processos produtivos; entre outras.
Ressalta-se, além disso, a imagem da empresa perante seus consumidores e terceiros é melhor vista, de modo que a responsabilidade socioambiental aumenta a confiança do público na marca, o que pode resultar em maior lealdade do cliente e novas oportunidades de mercado.
Com o crescimento da demanda por investimentos sustentáveis, portanto, empresas que adotam práticas ESG e de economia circular são mais atraentes para investidores preocupados com o impacto de seus investimentos. Essa abordagem pode abrir novas fontes de financiamento e melhorar o acesso a capital.
Ademais, uma vez que as empresas são desafiadas a repensar seus modelos de negócios e desenvolver soluções criativas para problemas ambientais e sociais, cria-se uma inovação que engendra vantagem competitiva, podendo posicionar a empresa como líder em sustentabilidade.
III. Desafios da implementação da economia circular e ESG.
Embora a integração de Economia Circular e ESG ofereça muitos benefícios, ela também apresenta desafios, como a necessidade de mudança de cultura organizacional, o investimento inicial em novas tecnologias e a adaptação a novas regulamentações.
No entanto, frisa-se que as empresas que enfrentam esses desafios de forma proativa podem não apenas melhorar sua sustentabilidade, mas também garantir sua relevância e sucesso a longo prazo, como já brevemente discorrido.
IV. Conclusão
A integralização da Economia Circular e dos critérios ESG, portanto, representa uma grande abordagem para enfrentar os desafios ambientais e sociais do século XXI. Empresas que adotam essa estratégia estão posicionadas para liderar a transição para um futuro mais sustentável, colhendo os benefícios de uma operação mais eficiente, uma reputação fortalecida e uma contribuição significativa para a sociedade e o meio ambiente.
Desse modo, para que essa transformação seja eficaz, é indispensável o papel ativo de um advogado, para criar, regular e fomentar um ambiente em que práticas de economia circular e ESG não sejam apenas incentivadas, mas também exigidas, com a consequente mudança de forma de operação das empresas.